Declaração do Alto Representante/Vice-Presidente, Josep Borrell, e do Comissário responsável pela Gestão de Crises, Janez Lenarčič, sobre o Dia Mundial da Ajuda Humanitária 2020.

«Antes do Dia Mundial da Ajuda Humanitária, queremos prestar homenagem e manifestar o nosso apoio a todos os trabalhadores humanitários que salvam vidas e ajudam os menos afortunados em tempos de crise em todo o mundo.
Neste período de pandemia de COVID-19, os intervenientes humanitários continuam a trabalhar, enfrentando todos os obstáculos, para prestar ajuda em condições ainda mais difíceis.

Saudamos a sua coragem e a sua paixão, mas não podemos deixar de lamentar o facto de, desde 2019, terem sido mortos 125 trabalhadores humanitários e raptados 124. Salvar vidas não deveria custar a vida.
Por este motivo, é essencial que o direito internacional humanitário seja respeitado para proteger os trabalhadores humanitários e os civis. Apelamos também a todas as partes envolvidas em conflitos no mundo para que se abstenham de visar infraestruturas civis, como escolas e hospitais.

Verificamos com preocupação que as necessidades humanitárias não param de aumentar, exacerbadas pela pandemia de COVID-19. Ciente desta situação, a União Europeia está pronta a reforçar e a continuar a aumentar o investimento em prol da ajuda humanitária. A Comissão Europeia apoiará o financiamento humanitário da UE com quase 10 mil milhões de EUR nos próximos 7 anos.
Estamos orgulhosos do compromisso humanitário da Europa. A nossa ajuda apoia pessoas em mais de 80 países, desde o Líbano ao Sael, no Afeganistão à Venezuela.
Continuaremos a apoiar os mais necessitados enquanto for necessário.»

Contexto
O Dia Mundial da Ajuda Humanitária assinala o aniversário do atentado à bomba perpetrado em 2003 contra a sede das Nações Unidas em Bagdade, no Iraque, no qual perderam a vida 22 trabalhadores humanitários.
A pandemia de COVID-19 aumentou o número de pessoas que necessitam de ajuda humanitária. Além disso, em zonas de conflito, os civis são frequentemente atingidos mortalmente ou feridos em ataques seletivos ou indiscriminados. No início de 2019, cerca de 70,8 milhões de pessoas foram forçadas a deslocar-se devido a conflitos, violência e violações dos direitos humanos. As alterações climáticas agravam ainda mais a vulnerabilidade das pessoas face às crises humanitárias. As oito crises alimentares mais graves estão todas elas relacionadas com conflitos e com choques climáticos.

Em 2019, a ajuda humanitária da UE mobilizou quase 2 mil milhões de EUR para operações de ajuda humanitária em mais de 80 países em todo o mundo. Uma percentagem significativa desse montante destinou-se a apoiar as populações afetadas pelo conflito no interior da Síria e os refugiados nos países e regiões vizinhos.